domingo, 9 de janeiro de 2011

Dia de Chuva

Chuva: sinônimo de ficar em casa debaixo das cobertas ou assistindo tv certo?
Maria:
- E perder o escorregador de lama ou de lodo? Erradíssimo.
- Niel, Niel! Vem, a chuva está muito boa.
Maria, só de calcinha na rua gritando para o amigo ir logo para debaixo da chuva junto a ela. De longe dava para ouvir também os gritos de Dona Velaci, sua mãe, preocupada com a filha:
- Maria, passa já para dentro de casa, sua muleca!
Niel pulando de alegria aceita o convite de sua amiga e os dois, ignorando os gritos de suas mães, corriam chutando a água da lama entre as ruas do bairro.
Aquilo era maguinifico, aqueles pingos de chuva, caindo em seus rostos, levando-os ao extasi. Os dois se maravilhavam debaixo daquela água bendita que vinha dos céus.
Logo a frente, podiam ver seus outros amigos, contagiados pela euforia dos dois, vindo correndo se juntar a eles.

Nem mesmo a certeza de que quando voltassem para casa, uma vara de fedegoso - planta fedida dificil de se quebrar-os esperavam paro o castigo, os intimidavam de poder desfrutar daquele momento mágico que somente o céu poderia oferecer.
Toda a turma de Niel e Maria: Elane, Ivalci, Leidiane, Reginaldo, Rogério e outros queriam aproveitar cada momento da chuva. Eram as disputas de barquinhos de papel colocados nas correntezas, entrar debaixo das belas "cachoeiras" formadas pelas águas das chuvas, sentar naquelas enxurradas para serem carregados por elas e o principal escorregar no lamaçal e nos lodos que se formavam com a chuva. Este sim era o momento.
Os tompos eram inevitáveis,e as roupas, além de se enxarcarem de lama, as vezes rasgavam por causa das quedas.
Bem, a chuva parou, hora de voltar pra casa. E agora? Essa roupa toda suja e mãe esperando em casa com a vara de fedegoso.
Éh, não tem jeito mesmo, agora apanhar e esperar a próxima chuva chegar.